Um homem solidário e uma idéia genial mudaram a história de várias crianças
O projeto da Casa dos Meninos de 4 Pinheiros nasceu na década de 80, quando Fernando Francisco de Góes deixou o seminário carmelita para morar na Vila Lindóia, em Curitiba, na época uma favela onde residiam famílias de retirantes do campo. “Se não tem pão para todo mundo, não tenho direito de comer um pão sozinho”, afirma Fernando, que chegou a comer comida do lixo ao adotar seu novo estilo de vida.
Percebendo os conflitos que ocorriam nas famílias, ele resolveu ajudar na alfabetização dos pais, criar geração de renda com o lixo reciclável e dar apoio psicológico necessário.
Quando percebeu que a comunidade já estava sabendo conviver melhor, Fernando foi morar na rua, com o intuito de aprender com as crianças que lá ficavam. Buscou saber a história de vida deles para então conseguir auxiliar no que fosse preciso. “Tentei entrar nesse mundo aos poucos, tocava pandeiro, jogava capoeira e me reunia com eles, Assim, eu podia tocar em assuntos como drogas e violência”, explica o educador.
Foi em um desses encontros que surgiu a proposta de comprar uma chácara para que todos pudessem morar juntos. Mais tarde, essa idéia se tornou a grande obsessão de Fernando. Começo a procurar parceiros que quisessem ajudar no projeto da casa, assim como educadores e colaboradores.
Foi por meio das abordagens que os simpatizantes da causa de Góes perceberam a grande necessidade dos meninos. “Eles queriam uma moradia, um lugar onde tivessem contato com a natureza e os animais, porque a origem dos seus pais era o campo, um local onde todos trabalham e têm comida”. Além disso, uma chácara, distante do perímetro urbano, manteria os meninos longe das drogas.
Em 1991, a Congregação das Irmãs da Divina Providência doou 70% do valor de compra de seis alqueires de terra no bairro de Quatro Pinheiros, em Mandirituba. O restante do dinheiro foi doado por Rosy Pinheiro. Pertencente a um grupo de mulheres que discutiam a criminalidade, Rosy foi apresentada a Fernando, que lhe descreveu o projeto. Foi então que ela se propôs a doar o restante do dinheiro. Dois meses após esse acordo, Rosy, dona da Galeria Pinheiro Lima, na Praça Tiradentes, foi vítima da ociosidade dos próprios meninos a quem queria ajudar. Ao acenderem cigarros dentro do cinema que funcionava na galeria, o Cine Glória, ocasionaram um incêndio provocando um grande prejuízo. Fernando deduziu que com o incidente esse dinheiro não lê seria doado. Porém, Rosy, depois do ocorrido, teve ainda mais certeza de que esses meninos precisavam de um lugar que os abrigasse.” Eu paguei por aquilo que eu não fiz. Vou doar para que isso não aconteça mais”, disse a benfeitora na época.
Naquele mesmo ano, foi criada oficialmente a Fundação Educacional Meninos e Meninas de Rua Profeta Elias. Ao continuarem com as abordagens, os educadores moldaram um modelo de moradia proposto pelos meninos. Seriam construídas casas, sem regras autoritárias e com um ambiente familiar. Viveriam como uma grande família, teriam assistência e educação integral.
Em 1993, a comunidade de Mandirituba começa a manifestar medo e preconceito dos meninos que iriam morar na chácara. Foi então que o grupo de Escoteiros do Colégio Medianeira promoveu um acampamento para integrar a comunidade com os meninos e os educadores. Segundo Fernando, no final da reunião os moradores do bairro queria ajudar. Após alguns meses, um mutirão de voluntários e os meninos começaram a construção da primeira casa-lar.
Ano a ano, mais casas foram construídas, mais meninos foram ajudados. Veio apoio da Suíça para adquirir mais quatro alqueires de terra, além de apoio para compra de alimentos. O Consulado Japonês ajudou na aquisição de móveis e equipamentos de informática. Hoje, a chácara atende 80 meninos divididos por idade em quatro casas-lar, além de possuir mais uma casa especialmente para os educadores.
Comunicare, maio 2006
Danielli Dias, Evelin Stengler, Bruna Corcini
Percebendo os conflitos que ocorriam nas famílias, ele resolveu ajudar na alfabetização dos pais, criar geração de renda com o lixo reciclável e dar apoio psicológico necessário.
Quando percebeu que a comunidade já estava sabendo conviver melhor, Fernando foi morar na rua, com o intuito de aprender com as crianças que lá ficavam. Buscou saber a história de vida deles para então conseguir auxiliar no que fosse preciso. “Tentei entrar nesse mundo aos poucos, tocava pandeiro, jogava capoeira e me reunia com eles, Assim, eu podia tocar em assuntos como drogas e violência”, explica o educador.
Foi em um desses encontros que surgiu a proposta de comprar uma chácara para que todos pudessem morar juntos. Mais tarde, essa idéia se tornou a grande obsessão de Fernando. Começo a procurar parceiros que quisessem ajudar no projeto da casa, assim como educadores e colaboradores.
Foi por meio das abordagens que os simpatizantes da causa de Góes perceberam a grande necessidade dos meninos. “Eles queriam uma moradia, um lugar onde tivessem contato com a natureza e os animais, porque a origem dos seus pais era o campo, um local onde todos trabalham e têm comida”. Além disso, uma chácara, distante do perímetro urbano, manteria os meninos longe das drogas.
Em 1991, a Congregação das Irmãs da Divina Providência doou 70% do valor de compra de seis alqueires de terra no bairro de Quatro Pinheiros, em Mandirituba. O restante do dinheiro foi doado por Rosy Pinheiro. Pertencente a um grupo de mulheres que discutiam a criminalidade, Rosy foi apresentada a Fernando, que lhe descreveu o projeto. Foi então que ela se propôs a doar o restante do dinheiro. Dois meses após esse acordo, Rosy, dona da Galeria Pinheiro Lima, na Praça Tiradentes, foi vítima da ociosidade dos próprios meninos a quem queria ajudar. Ao acenderem cigarros dentro do cinema que funcionava na galeria, o Cine Glória, ocasionaram um incêndio provocando um grande prejuízo. Fernando deduziu que com o incidente esse dinheiro não lê seria doado. Porém, Rosy, depois do ocorrido, teve ainda mais certeza de que esses meninos precisavam de um lugar que os abrigasse.” Eu paguei por aquilo que eu não fiz. Vou doar para que isso não aconteça mais”, disse a benfeitora na época.
Naquele mesmo ano, foi criada oficialmente a Fundação Educacional Meninos e Meninas de Rua Profeta Elias. Ao continuarem com as abordagens, os educadores moldaram um modelo de moradia proposto pelos meninos. Seriam construídas casas, sem regras autoritárias e com um ambiente familiar. Viveriam como uma grande família, teriam assistência e educação integral.
Em 1993, a comunidade de Mandirituba começa a manifestar medo e preconceito dos meninos que iriam morar na chácara. Foi então que o grupo de Escoteiros do Colégio Medianeira promoveu um acampamento para integrar a comunidade com os meninos e os educadores. Segundo Fernando, no final da reunião os moradores do bairro queria ajudar. Após alguns meses, um mutirão de voluntários e os meninos começaram a construção da primeira casa-lar.
Ano a ano, mais casas foram construídas, mais meninos foram ajudados. Veio apoio da Suíça para adquirir mais quatro alqueires de terra, além de apoio para compra de alimentos. O Consulado Japonês ajudou na aquisição de móveis e equipamentos de informática. Hoje, a chácara atende 80 meninos divididos por idade em quatro casas-lar, além de possuir mais uma casa especialmente para os educadores.
Comunicare, maio 2006
Danielli Dias, Evelin Stengler, Bruna Corcini
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